As relações sociais operam em vários níveis, cada um desempenhando um papel distinto na formação do bem-estar social de um indivíduo. Além disso, a forma como cada pessoa define e experimenta o conceito de amizade varia, muitas vezes evoluindo ao longo das diferentes fases da vida (Matthews, 1986). Berkman et al. (2000) propuseram um modelo abrangente de redes sociais e saúde, identificando várias dimensões das relações sociais:
Noutro estudo realizado por Policarpo (2015), foram identificados os principais significados atribuídos às amizades: orientação para a família, orientação para a confiança, orientação para si mesmo e orientação para a presença.
A perspetiva da categoria orientada para a família vê as amizades como semelhantes ou parte das relações familiares, muitas vezes abrangendo indivíduos com quem os laços têm uma dimensão institucional, como cônjuges, filhos, pais ou avós. Exemplos incluem afirmações como «os meus filhos e o meu marido», «a minha família» ou «ele é como um irmão».
A categoria orientada para a confiança centra-se na confiança como elemento definidor da amizade, sem envolver necessariamente apoio incondicional ou ligações familiares. Declarações que refletem esta visão incluem «alguém em quem confio completamente», «alguém em quem posso sempre contar» ou «alguém a quem confiaria o meu filho».
A categoria orientada para o eu define a amizade como um veículo de autoexpressão e apoio pessoal, enfatizando o papel de um amigo em facilitar a autorrevelação, a autorreflexão e o reforço emocional. Exemplos incluem «alguém que sabe tanto sobre nós quanto nós mesmos», «alguém a quem conto tudo/coisas que não conto a mais ninguém» ou «alguém que nos apoia incondicionalmente».
A categoria orientada para a presença descreve a amizade com presença consistente e fiabilidade, enfatizando a presença uns dos outros durante a vida quotidiana e eventos significativos. Exemplos incluem «alguém que está presente nos momentos bons e maus» ou «alguém que está presente sempre que precisamos».