Estratégias para promover a participação e a interação social

A participação social e a interação são mecanismos essenciais para promover as conexões sociais. Além das competências pessoais e sociais que cada pessoa pode desenvolver, o contexto e o ambiente, seja social ou físico, desempenham um papel crucial. Existem alguns princípios a considerar ao planear estratégias para promover a participação social e a interação: abordagem colaborativa e multifacetada; abordagem intersetorial; e sustentabilidade a longo prazo.

• O desenvolvimento de estratégias comunitárias eficazes para promover o envolvimento e a participação ativa dos adultos mais velhos requer uma abordagem colaborativa e multifacetada. É fundamental envolver várias partes interessadas — tais como agências governamentais, organizações não-governamentais (ONGs), empresas, instituições de saúde e os próprios adultos mais velhos —, pois cada uma traz perspetivas e recursos únicos que enriquecem as iniciativas (Buffel et al., 2012b).
• Uma abordagem intersetorial é essencial, uma vez que o envelhecimento está interligado com os cuidados de saúde, os serviços sociais, a habitação e os transportes, exigindo uma resposta holística.
• Garantir a sustentabilidade a longo prazo envolve a criação de uma governação estruturada, mecanismos de financiamento e planos de sucessão de liderança para manter o envolvimento para além do entusiasmo inicial. Além disso, a adaptabilidade é fundamental: as estratégias devem ser flexíveis para acomodar as necessidades em evolução e as mudanças demográficas (Lehning et al., 2017; A. E. Scharlach & Lehning, 2013).

Ao promover um ambiente inclusivo e responsivo, as comunidades podem desenvolver iniciativas sustentáveis e impactantes que não só apoiam os adultos mais velhos, mas também fortalecem a coesão social e a solidariedade intergeracional. Esses esforços aumentam o bem-estar, a participação cívica e a resiliência geral da comunidade, garantindo que o envelhecimento seja uma experiência inclusiva e que fortalece todos. Para enfrentar os desafios da interação social ao longo da vida, várias estratégias baseadas em evidências podem ser implementadas:

1. Programas intergeracionais: Estas iniciativas reúnem pessoas de diferentes idades, promovendo a compreensão e criando conexões significativas. Exemplos incluem programas de mentoria, workshops de partilha de competências e projetos comunitários colaborativos. Uma investigação realizada por Kaplan et al. (2017) mostra que tais programas podem reduzir o preconceito contra a idade, melhorar as competências sociais e aumentar a autoestima entre as gerações.
2. Oportunidades de envolvimento comunitário: Oferecer locais e atividades acessíveis para todas as faixas etárias pode incentivar a participação social. Isso pode incluir centros comunitários que oferecem programas diversificados, espaços públicos projetados para uso multigeracional e eventos locais que atendem a vários interesses e habilidades. Buffel et al. (2014) enfatizam a importância de envolver os adultos mais velhos na conceção e implementação dessas iniciativas para garantir sua relevância e acessibilidade.
3. Educação tecnológica: Ensinar os adultos mais velhos a usar ferramentas de comunicação digital pode ajudá-los a manter e expandir as suas redes sociais. Oficinas sobre o uso de smartphones, redes sociais e plataformas de videochamada podem ser particularmente benéficas. Um estudo de Chopik (2016) descobriu que o uso da tecnologia entre adultos mais velhos estava associado a uma melhor autoavaliação da saúde, menos doenças crónicas e menor depressão.
4. Comunidades amigas dos adultos mais velhos: projetar comunidades que facilitem a interação social para todas as idades pode promover a inclusão e o envolvimento. Isso inclui criar bairros onde se possa caminhar, garantir transporte público acessível e desenvolver espaços públicos que incentivem a interação social (OMS, 2023).
5. Prescrição social: esta abordagem envolve os profissionais de saúde «prescreverem» atividades sociais para combater a solidão e melhorar o bem-estar. Pode incluir encaminhamentos para grupos comunitários, oportunidades de voluntariado ou aulas de exercício físico. As avaliações dos programas de prescrição social mostraram resultados promissores na redução do isolamento social e na melhoria da saúde mental (Bickerdike et al., 2017).
6. Programas de aprendizagem ao longo da vida: Oferecer oportunidades educacionais para adultos de todas as idades pode promover o estímulo cognitivo, o desenvolvimento pessoal e a interação social. As universidades para adultos mais velhos são excelentes exemplos dessas iniciativas, proporcionando uma plataforma para que os adultos mais velhos continuem a aprender e a socializar (Formosa, 2019).
7. Programas de voluntariado: Oportunidades estruturadas para indivíduos de todas as idades contribuírem para as suas comunidades podem fomentar novas relações e proporcionar um sentido de propósito. Van Willigen (2000) descobriu que o voluntariado em idades avançadas estava associado a uma maior satisfação com a vida e a uma melhor perceção da saúde.

Quando implementadas de forma abrangente, em colaboração com os adultos mais velhos e adaptadas aos contextos e realidades locais, estas estratégias têm o potencial de melhorar significativamente a participação social e a interação ao longo da vida, promovendo uma sociedade mais inclusiva e interligada.